quinta-feira, 14 de julho de 2022

Capítulo 26



*Mantenha em loop até o fim da recapitulação*

    Anteriormente, em Pokemon Break...



— Hehe! É complicado, Laxus é um velho companheiro meu.



— Grande companheiro esse que vira as costas para quem sempre esteve ao seu lado. Me chame como quiser, não quero discutir com você.



"Mudar! Pra melhor ou pra pior, mas busque alguém pra te ajudar! Quem nunca quis mudar..."


— Não quer... pegá-las? — perguntou Diana, e Tessa negou. — Tessa, isso são runas. Elas atraem as pessoas para que elas usem seus poderes, só que isso é muito perigoso. Estão em pedaços há muitos anos, mas ainda tem algum poder. Eu as protejo... Sou forte o suficiente para ignorar essa tentação. Não sei o que Victini viu em você, mas... Talvez também seja como eu.



    O pedaço do cristal flutuou para dentro do pingente do colar, em formato de Teia da Vida, que desceu até o pescoço de Tessa, onde prendeu-se.



 — Meu dever é proteger as runas — disse Diana, e as tatuagens de sua pele acendiam-se. — Victini, ajude-me!!


    Uma gigantesca teia presa nos troncos de duas árvores próximas. Tessa olhou para o cordão em seu pescoço, comparando o símbolo dele e vendo que era o mesmo. Enfim ela estava ali... Encontrou a Teia da Vida!



    Quando encostou no cristal vermelho caído no centro do templo, H.R. aumentou seu sorriso. O símbolo do Olho de Kanaloa no chão iluminou-se e as tochas acenderam-se com mais força. Ele arregala os olhos por um instante, ainda com o cristal em mãos.


 — Victini te trouxe aqui porque sentiu algo em você... Uma determinação, raiva... Sede de luta. Resista ao chamado das runas!


 — Lyon, você não sabia dessa missão? Por que o Lance não te comunicaria? 


 — Aquelas Criaturas Douradas são chamadas de Break. Se não conseguimos dar conta de um único e temos relatos de outros... O que sei é que chegou a hora de agir de verdade.


 — Nós dois fomos muito afetados pelo pai... Mas podemos fazer isso funcionar, Margaret — disse, puxando a garota para um abraço o qual ela não corresponde. — Vamos acabar com isso...


 — Sim... Não. — Ela soltou-se de Lyon, olhando para o chão coberto por neve. — Você sempre mentiu e passou por cima das pessoas para conseguir o que queria. Não tem mais lugar aqui para isso! — Erguendo o braço junto com Jynx, as duas expulsam Lyon e Beartic da nevasca, que se encerra com os gritos deles.


 — Se eles estão procurando os Elementais, a maior chance deles é o Moltres Matsuri. Vocês terão que continuar investigando esse caso, precisam ir para Blazeflügel, a fervorosa ilha ao leste de Argentia. Encontrem o líder do ginásio de Fervent, a cidade onde o matsuri acontece, e contornem a situação. Se esse não for o último alvo dos Turbo... Se não os pararmos agora... Não sabemos o que poderão fazer.



 — Você já falou muito, Brycen — disse o terapeuta, o estendendo a mão. A tatuagem do Olho de Kanaloa nela estava iluminada.


    Escondida, Margaret havia presenciado vários Hypno desaparecerem como mágica e Brycen seguir andando ao lado de Yung, como se nada tivesse acontecido.



 — A cidade tá fechada, ninguém sai se não for pelo porto. Sabem que a minha gangue lidera essa cidade há gerações, nenhuma outra que ousou tomar o controle se deu bem, mas parece que estamos divididos.



    Um homem com uma tatuagem semelhante a um bombom enrolado em papel levanta um card dourado, reconhecido por Lyon como Break Card. 

 — Aonde pensam que tão indo? — A mulher abaixou a gola de sua blusa, mostrando a mesma tatuagem do outro homem alto.


 — Quem é ela?


 — É a Sour Candy. Fomos colegas de gangue, éramos as melhores treinadoras, mas a antiga chefona me escolheu para substituí-la antes de ir embora. Sour Candy sempre quis ser a chefe e nunca aceitou o que houve, então cresceu e virou essa pessoa ridícula.



 — Eu vou expulsar essa garota egoísta da nossa cidade!

    Agora, para o capítulo...



    Anos atrás, num dia chuvoso em Gangown, duas garotinhas corriam juntas e se divertindo, mas uma delas para diante de uma casa com o portão aberto. A que parecia mais velha se aproximou dela, confusa.


 — Vai fazer o que, Jessie? Hoje é o aniversário da chefe, temos que ir logo pra a festa!


 — Eu sei, mas... Ela merece um presente, não acha?

 — Mas nós não temos dinheiro e nem tempo pra ir em outra cidade comprar!

 — E quem falou em comprar? — A menina olhou para o portão aberto e sorriu. A mais velha segurou em sua mão, a tentando parar. — Me larga, Lina!

 — Não faça isso, vai dar problema!

 — Eu te encontro na festa.

    Algum tempo depois, na festa, a garotinha chegava com os braços machucados e chorando, sendo puxada pela orelha por um homem irritado. Ele explica para a chefe da gangue que ela tentou invadir sua casa e roubar seus pertences, mas que foi pega rapidamente.

 — Eu só queria te dar um presente, chefe April... — disse, lacrimejando. Lina, a outra garotinha, se aproxima e enxuga seu rosto.

 — Te falei que não era boa ideia...


 — Tu me decepcionou muito hoje, Jessie — disse April, a chefona do local. Usava um casaco rosa em trapos, mas com uma parte felpuda no pescoço. Tinha cicatrizes pelo rosto, uma se destacando mais por contorna sua cabeça. Ela cospe um chiclete antes de voltar a falar. — Se quiser assumir a gangue um dia, pra mudar a reputação da nossa cidade, vai precisar andar no mesmo caminho que a tua amiga!

    Encarando a mais velha, Jessie parecia irritada com a comparação. Mais alguns anos se passaram e as duas tornaram-se treinadoras, aprendendo com as batalhas de April no ginásio da cidade.


    O ginásio ficava dentro de um enorme barraco, e lá acontecia uma batalha entre Poochyena e Grimer. O Poochyena levou a melhor, Lina comandava com mais habilidade e o resultado só poderia ser esse. April a parabenizou, mas notou que sua amiga estava sentada no chão.


 — Que que é? Veio se gabar porque a chefona te parabenizou?


 — Pare de ser assim, eu nunca fiz isso e nem vou fazer! Foi só uma batalha, se levante e vamos nos preparar, hoje é o grande dia.

 — Vamos receber nossos nomes de gangue...

 — E April vai escolher sua sucessora — concluiu, vendo a mais nova virar o rosto.

    De noite, dentro do ginásio, as duas adolescentes estavam arrumadas para a ocasião. Os demais membros da guilda estavam reunidos, sentados ao redor das duas e de April, que, diante delas, segurava uma presa na mão.


    Sabendo que aquela presa seria entregue para a próxima chefona, Jessie não deixava de olhá-la com desejo. April aproximou-se dela, tocando seu rosto e sorrindo.

 — Você é doce, Jessie... Suas intenções são boas e tu manda muito bem como treinadora. Mas o teu lado azedo costuma falar mais alto quando é testada e precisa deixar ele de lado. Seu nome a partir de hoje é Sour Candy.

    Esperando receber a presa, Sour Candy não esconde a surpresa ao ver a chefona se virar para sua amiga.


 — Lina... Sua coragem e seu senso é o que essa guilda... Não, essa cidade inteira precisa disso. Tu é afiada e vai assumir daqui pra frente. Teu nome agora é Fang.


    Ouvindo as comemorações, Fang é encharcada por bebida alcoólica pelos demais membros da gangue. Ela recebe a presa de sua chefona, que a beijou na testa. 


    Mas quando se virou para sua amiga Sour Candy, ela não estava mais ali. A viu correr para fora dali, mas não foi atrás dela.


    Atualmente, Fang se tornou mais poderosa ainda, vivendo em meio a pressão dos outros membros e na rivalidade com Sour Candy, mas nunca esperou que ela fosse se rebelar e dividir a cidade, formando uma nova gangue rival.
    Sentada na areia da praia não muito limpa de Gangown, Fang lembrava-se de tudo o que já passou ali. A sombra da Luminous Bridge a cobria, mas conseguiu ouvir Khoury, Michiyo e Lyon se aproximarem.

 — Está tudo bem? — perguntou Khoury, sentando-se ao lado dela.

 — É óbvio que não está, não foi há muito tempo que ela descobriu que a cabeça por trás da gangue rival é a antiga amiga dela — respondeu Michiyo, preferindo ficar de pé.

 — Nós éramos amigas, como eu disse. — Fang começou, afastando o cabelo do rosto. — Não acredito que está contra mim.

 — Pois é... — Lyon sentiu sua consciência pesar, mas ignorou.

 — Mas precisa lutar! — Incentivou Khoury, encostando no ombro dela. — Não pode deixar a cidade fechada para sempre e nem essa revolta ficar maior!


 — Não costumo concordar, mas ele tem razão. Gangown pode não ter a melhor reputação hoje, mas e quem sabe amanhã? Se não acreditarmos na mudança... Não tem como continuar — disse. Lembrava-se de seu ginásio e Khoury sorriu para ela.

    Pensativa, Fang olhou para cima, se deparando com a parte de baixo da ponte. Ela respirou fundo e se levantou.


 — Quando eu me sento na areia dessa praia que minha gangue tanto respeita e olho para o céu, não vejo estrelas. Vejo a luz da ponte que nos cobre... Ela sim é conhecida e prestigiada, mas nem por isso vou perder o controle. Enquanto a insígnia do meu ginásio valer algo, lutarei por essa cidade.



- não revisado, não finalizado, mas postado porque acho que essa história foi cancelada mesmo -


 — 

segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

Capítulo 25

 


    Os Avalugg ficavam para trás e o navio já entrava no território de Blazeflügel, a fervorosa ilha ao leste de Argentia, como Brycen os descreveu. Não é a primeira vez que o trio viajou até a ilha em suas vidas, mas deixar os casacos de lado e sentir o clima tropical, vendo os Mantine sobrevoando as embarcações, era definitivamente divertido. 

 — Wheeea! — Weavile acenou para um Mantine que saltou até a beira do navio para cumprimentá-lo.

 — Beeear... — Já Beartic salivava vendo alguns Remoraid que acompanhavam os Mantine.

 — Nós já estamos quase chegando! — Khoury não tirava os olhos do mar, fotografando os Pokemon com o celular. Michiyo, que praticava girando seu cajado, parou e debruçou-se nos limites do navio, olhando o mar ao lado dele.

 — A última vez que deixei Blizzfalt foi para ficar mais forte e me tornar uma boa líder de ginásio para Wind. Parece que estou fazendo o mesmo... — disse, erguendo a cabeça para o horizonte. Seus cabelos balançavam com o vento.

 — Mas dessa vez você tem amigos do seu lado! — Khoury guardou o celular, sorrindo.

    Corada e também sorrindo, Michiyo estendeu a mão para trás, onde Lyon devorava o sorvete derretido de um grande pote. Com um empurrãozinho de Mawile, ele se levanta e segura na mão da garota. Os três observam a ilha se aproximando, cada um com suas motivações em mente.

 — O Moltres Matsuri será em alguns dias. Se Brycen estiver certo, é o próximo alvo da Team Turbo... — disse Lyon, erguendo a cabeça.


 — Sinto que as respostas estão se aproximando, vamos solucionar esse caso e eu me tornarei um G-Fuel!

 — Wheaaa! — Com Beartic abraçando sua cintura, ele tinha os braços abertos na ponta do navio.

    Mawile, com as mãos na cintura, balançou a cabeça entre risadas dos dois. Michiyo e Khoury também riram e Lyon observou seu reflexo na água, aflito.

Pokémon Break - Segunda Parte

    O navio atracou no porto e o trio desceu junto com seus Pokemon. Mawile reparou em pichações por todos os lados e poucas pessoas transitando ali. A maioria dos homens vestiam coletes brilhantes, sem camisas por baixo, e calças rasgadas, enquanto as mulheres usavam óculos extravagantes e camisetas de alça fina, com shorts também rasgados.

 — Não passo por aqui há muito tempo — disse Khoury, acenando para alguns Nickit que rosnaram em resposta e correram para atrás de caixotes. — Sempre achei Gangown bem agradável de se visitar.

 — Você é esquisitão mesmo, essa cidade tem uma reputação pior que a da Michiyo.

 — Você não está muito melhor do que eu não, senhor desprotege cidades e perde ginásios... — A garota rebateu e Lyon preferiu se calar.

 — Mas pronto, nosso trajeto é simples. Precisamos cruzar a cidade e depois atravessar a colina para chegarmos em Fervent City, onde vai acontecer o Moltres matsuri — disse Khoury, gesticulando enquanto Michiyo, Lyon e os Pokemon pareciam derreter.


 — Simples? Isso vai levar uma vida inteira...


 — Se conseguirmos um carro será mais fácil. Eu usaria o meu, mas alguém fez o favor de desaparecer com ele.

 — Olha, Lyon, eu estou tentando ser legal com você, mas se tem algo para me dizer, por que não diz logo? Acha que é alguma coisa comparado ao tempo que ouvi a minha cidade jogar na minha cara que não gostava de mim?

 — Gente, gente... — Khoury se enfia no meio dos dois. — A ideia de um carro não é ruim, quanto antes chegarmos, melhor. Vamos perguntar para as pessoas daqui, elas vão nos ajudar.

 — Tá... — Michiyo cruzou os braços.

 — Tá. — Lyon também fez o mesmo.

 — Beeear... — Beartic e Mawile se olham preocupados.

 — Hum... — Khoury se depara com uma escadaria enorme que precisariam subir para saírem do porto. — Weavile, o que acha de nos levar lá para cima?

 — Whea! — Weavile sinaliza para todos se juntarem e coloca as mãos no chão, erguendo uma ponte de gelo para levá-los até o topo das escadas. Deslizando, Michiyo quase cai, mas Lyon a segura. Sem agradecer, ela apenas vira o rosto corado.


    Não encontrando muitas pessoas pelas ruas, Mawile repara num casal abraçado virando para um beco, com indicação de ser o beco Murkrow. Michiyo bate seu cajado no chão e ele ilumina o beco, onde três Nickit os encaram e correm sorrateiras para as sombras.

 — Acho que não é a melhor ideia... — Lyon olhava de canto e via olhos brilhantes nas sombras do beco.

 — Não vai me falar que está com medo de um beco? — Michiyo caçoa dele, mas um vulto apaga a luz de seu cajado e os três ouvem um grito agudo.

 — Relaxem, isso foi o Beartic — disse Khoury, sentindo o urso abraçá-lo.


 — O que temos aqui? Forasteiros perdidos? — As lentes de um óculos reluziram na escuridão do beco e todos viram um homem careca com brincos de prata aproximar-se.


 — Tsc, tsc... Mas vejo que trouxeram coisas interessantes para nós. — Outro homem surgiu e passou a mão no cajado de Michiyo, que o acendeu novamente e o empurrou. — Calma lá, garotinha... Não sabe com quem está se metendo!

    Os dois homens aproximaram-se da parte iluminada, agora sendo possível reparar em suas múltiplas tatuagens e coletes brilhosos, exibindo peitorais definidos. Os Nickit saltaram de caçambas de lixo para a frente deles.

 — V-Vocês sabem aonde podemos alugar um carro? — perguntou Khoury, sentindo que estava cercado.

 — Não vai ser preciso — disse o dos óculos, erguendo o braço. Os Nickit saltaram para cima deles, mas Mawile os golpeou com sua bocarra, que rosnou em seguida.


 — Esperem um pouco aí! — Dessa vez eles escutam uma voz feminina. Os Nickit recuam e os dois homens cerram os punhos.


    Uma mulher de óculos escuros e uma jaqueta vermelha brilhante com botões dourados retira um cigarro da boca usando dois dedos. Ela olha por cima dos óculos para os dois homens.

 — Não vão querer problemas comigo, vão? — disse e os dois homens resmungaram. O trio e seus Pokemon saíram do beco e ela encarou os dois uma última vez.

 — Fang, danke! Você nos salvou de uma encrenca! — agradeceu Khoury, seguindo a mulher.

 — Mas nada que não poderíamos ter feito, também. — Michiyo caminhava com os braços para trás da cabeça.

 — Essa cidade está menos segura que o normal, não vão querer se meter com aquela gente — disse Fang, apagando o cigarro com o dedo e o jogando numa lixeira caída e com pichações.

    O grupo acompanha Fang até um casebre com o grande símbolo de uma presa pichado, de onde parecia estar saindo alguma melodia de tons graves oscilantes. Lyon engole seco e Weavile não parece muito confortável de entrar, mas Fang levanta uma tábua retalhada que servia de porta para eles entrarem.
    Haviam alguns Pokemon Dark combatendo, como Scraggy e Poochyena, enquanto a iluminação falhava e mais homens e mulheres dançavam e bebiam. Quando a música mudou para outra do mesmo gênero, Lyon resmungou algo.

 — Não gosta de drill? — perguntou um homem musculoso com uma jaqueta branca brilhosa, que enxugava um prato.

 — N-Não é isso, eu amo drill, escuto sempre! — disfarçou Lyon, mas o homem não pareceu acreditar. Ele sinaliza para que Lyon sentasse num banco e começou a preparar uma bebida para ele.

 — Drill é como a gente mostra a realidade, nossas revoltas pelas tradições de Argentia — disse o homem, debruçando-se na bancada do lugar e empurrando uma caneca para ele. Lyon reparou na tatuagem de presa em sua cabeça. — É importante.



 — Então, por que vieram para Gangown? — perguntou Fang, retirando seus óculos e os enfiando dentro do sutiã, única peça que usava por baixo da jaqueta. A tatuagem de uma presa ia até seu umbigo. Khoury corou, focando o olhar no rosto dela. — Pelo que eu me lembro, já conseguiu a minha insígnia, Khoury... E vocês dois juntos não é uma combinação que eu faria, Michiyo e... O que perdeu o ginásio.

 — Como que ela já sabe? — Lyon recebeu dois tapinhas de Mawile nas costas.


 — Bem... Nós estamos só de passagem. Temos uma missão e precisamos chegar em Fervent City, por isso queríamos saber aonde alugamos um carro por aqui.

 — Não vai dar, não.

 — Ótimo, vamos ter que ir andando... — Michiyo cruza os braços.

 — Não tô falando só do carro. A cidade tá fechada, ninguém sai se não for pelo porto.

 — O quê?! — Os três falam ao mesmo tempo.

 — Sabem que a minha gangue lidera essa cidade há gerações, nenhuma outra que ousou tomar o controle se deu bem, mas parece que estamos divididos. 

 — A cidade toda tá atenta, ninguém sabe quem é o mandachuva do outro lado — disse o homem do balcão, servindo outra bebida para Lyon, que a afasta para não ter que tomar, mas Beartic começa a lambê-la.

 — Mas precisamos sair da cidade e subir a colina! É muito importante, Fang! — Khoury levantou-se, chamando atenção dos outros membros da gangue. Fang virou uma caneca e a bateu na mesa.


 — Não dá, proteger Gangown é meu dever como líder do ginásio da cidade e chefe suprema da gangue! Vocês dois devem sacar do que eu tô dizendo. — Ela olha para Lyon e Michiyo.

 — Ela... Não está mesmo errada, tomar decisões difíceis faz parte do trabalho — reconheceu Michiyo.


 — Mas como isso tudo aí que tu falou, parece que não é tão boa, né não? — disse uma mulher sentada em cima de uma mesa com três homens bebendo ao redor. Ela saltou para a frente de Fang, ficando cara a cara. — Nossa antiga chefona já teria resolvido tudo isso... Na verdade, eu mesma já teria, se estivesse no comando. Não acham?

    Ouvindo outras pessoas concordarem ao fundo, Fang fecha o punho direito e tenta socar a mulher, que a para segurando no punho e a empurra. Ela estica a cinta que usava e passa um pente em seu cabelo cacheado pintado de loiro, desafiando Fang para uma briga.

 — Acho que nós deveríamos ir embora... — disse Lyon, já na porta com Weavile, mas um homem bloqueia a passagem.

 — Mawile, Fairy Wind! — comandou Michiyo e Mawile girou sua bocarra, fazendo o homem que bloqueava a saída voar para longe.

    Deixando o lugar, os três voltam a caminhar pelas ruas da cidade, cansados. Algum tempo depois, Beartic coloca Lyon em suas costas e Michiyo volta a iluminar seu cajado. Mesmo estando de dia, a cidade era muito escura. 

 — Eles bem que poderiam colocar um poste de luz que funcionasse em alguns lugares daqui... — reclamou Lyon.

 — A Luminous Bridge ofusca toda a cidade mesmo. — Khoury referia-se à ponte construída acima de Gangown, que deixava tudo mais escuro.


 — Eu sei que é o jeito do pessoal daqui de resolver as coisas, com brigas e tudo mais, mas não temos tempo mesmo. Vamos sair de Gangown de qualquer jeito! — exclamou e os outros concordaram.

    Correndo para o portão da cidade para a rota que leva à colina, eles veem um rapaz branquelo contornando um homem e uma mulher com tatuagens de presa, que o perseguiam. Até que...


    Um homem de provavelmente mais de 2 metros de altura e muito forte, com um terno branco e tatuagens pelos braços e pelo rosto, segura o rapaz pela cabeça e o joga no chão. Os da gangue de Fang o encaram e comandam seus Pokemon para atacá-lo, mas ele desvia.

 — Ele não tem a tatuagem de presa — reparou Khoury, que deu zoom com a câmera de seu celular e  o fotografou, vendo uma tatuagem que lembrava um bombom enrolado em papel.

 — Deve ser da parte que se dividiu da gangue — fala Michiyo, vendo o homem socar dois Nickit, que são regressados, até que ele ergue um card dourado.


 — É um Break Card... — Lyon identificou, arregalando os olhos. — Ele é da Team Turbo!

 — Temos que avisar a Fang — disse Khoury, mas quando deu meia volta, se deparou com a mulher que enfrentou Fang mais cedo. Ela fazia uma bola de chiclete que logo estoura.


 — Aonde pensam que tão indo? — A mulher abaixou a gola de sua blusa, mostrando a mesma tatuagem do outro homem alto.

    Mais homens e mulheres cercavam o trio e seus Pokemon, que se juntam sem saber como sairiam dessa. A mulher que os liderava arremessou uma Pokeball escura para o alto, liberando um Pokemon com um péssimo cheiro, parecendo um amontado de lixo colorido.


    O Pokemon começa a desprender partes de seu corpo que ganham sua forma, só que em menor tamanho, e começam a atacar Weavile e Beartic.


    Michiyo ergue seu cajado e comanda para Mawile atacar. Ela obedece e forma uma esfera rosada e embaçada, erradicando os pequenos seres de lixo que se aproximavam.

 — Aquilo é um Muk, é muito perigoso fazer contato! — exclamou Khoury, vendo Beartic tentar socar o Pokemon, mas seu punho afundar no corpo dele.

 — Wheeeavile! — Weavile formou estacas de gelo e tentou soltá-lo, mas acabou caindo de cabeça em Muk.

 — Haha! — A mulher riu, estalando os dedos.

    Muk abriu sua boca e liberou gás venenoso, obrigando Michiyo a criar uma barreira ao seu redor, puxando Lyon para perto. Khoury e Mawile também se juntam, mas Weavile e Beartic ficam presos no corpo de Muk.


    Ouvindo o barulho de uma moto, a mulher se vira rapidamente, vendo Fang chegando dirigindo.

 — Eu sabia que tu tava por trás disso tudo! — Ela arremessa uma Pokeball para o alto, furiosa. — Mightyena, Fire Fang!


    Um Mightyena é liberado e ele eriça seus pelos, incendiando as mandíbulas e derretendo parte do corpo de Muk, soltando Weavile e Beartic, que caem abraçados. Michiyo desfaz a proteção e Khoury e Lyon correm até eles.

 — Fang... — As duas se encaram por um tempo, mas a mulher regressa Muk e sinaliza para seus capangas recuarem, incluindo o homem alto com o card dourado.

 — Cês tão todos bem? — perguntou Fang, descendo da moto.

 — Fang... Quem é aquela mulher? — perguntou Khoury, dando apoio para Weavile.

 — É a Sour Candy. Fomos colegas de gangue, éramos as melhores treinadoras, mas a antiga chefona me escolheu para substituí-la antes de ir embora. Sour Candy sempre quis ser a chefe e nunca aceitou o que houve, então cresceu e virou essa pessoa ridícula.

    Enquanto isso, no lixão da cidade, vários Grimer e Muk coloridos rastejavam. Sour Candy socou uma placa com o símbolo de Muk, com lágrimas nos olhos. Mais gangsters estavam ao seu redor.


 — Eu vou expulsar essa garota egoísta da nossa cidade!

Continua