domingo, 21 de fevereiro de 2021

Capítulo 8

    Em Arctic, o laboratório destruído ainda era assunto recorrente e as pessoas se perguntavam sobre o que seriam os Pokemon dourados que estavam aparecendo, ou se eram mesmo Pokemon.


 — Cryooo! — O Cryogonal de Lyon era acompanhado pela Sunflora de Khoury, ambos carregando cestas.

 — Sunflo! — Caminhava pela cidade, observando as flores que aguentavam os dias de neve, imaginando a razão disso, já que ela mesma não suportava.

 — Yoogooonal! — Avistando um grupo de Cryogonal voando, ele os cumprimenta, e Sunflora também decide acenar.

    A dupla de Pokemon havia decidido dar um passeio de manhã, aproveitando para comprarem suplementos na feira de Arctic. Sunflora mostra uma lista para uma das vendedoras, que também reconhece Cryogonal. Lyon tinha o costume de manter uma rotina entre seus Pokemon, variando as tarefas todas as semanas.

 — Você é uma Sunflora de folhas queimadas! — Notou Candy, a vendedora de doces artesanais da feira. — Mas é claro! Deve ter nascido em Blazeflügel, próximo do vulcão!

 — Cryoo? — Questionou à Sunflora, mas Candy decidiu explicar.

 — Nunca esteve em Blazeflügel, certo? É a ilha da outra ponta do arquipélago, bem diferente de Blizzfalt. O clima mais quente permite espécies como Sunflora de se desenvolverem saudáveis, o que aqui seria difícil!


 — Sunflooora! — ela gabou-se, e Cryogonal a parabenizou, não tendo entendido tão bem.

    Já tendo concluído as compras, Sunflora e Cryogonal decidem enrolar um pouco, sentando na neve para admirarem o céu. Cryogonal conta sobre como é a sensação de levitar, e Sunflora decide compartilhar um sentimento também.


 — Suuunn... Sunflora sun! — Ela canta para Cryogonal, levando seu braço de folha até a boca, o assoprando para formar uma linda melodia, atraindo pessoas para ouvi-la. — Sun, flora, sunflooora... Sun, sunflora sun... Suuunflora!

 — É um sentimento realmente delicado. — Uma voz grave, mas não assustadora, é escutada pela Pokemon flor, que cora ao ver as pessoas a aplaudirem.

 — Sunflora...! — Ela vê o homem que aproximava-se, este com os cabelos vermelhos até o fim do pescoço, o mesmo tom de seus olhos.

 — Kimawari... É essa a canção, não é? — perguntou, e Sunflora assentiu, impressionada. — A alegria de receber o sol... É um canto especial, agradecemos por compartilhá-lo.

    Curvando-se, o homem dá meia volta e passa pelo meio das pessoas. Usava roupas sociais normais, mas ainda soava misterioso. Sunflora e Cryogonal então decidem voltar para a casa de Lyon, ao lado da biblioteca da cidade.


 — Você deveria era me contratar para atuar, precisava de um brilho como o meu para esse filme ser realmente emocionante! — falava Chaz em seu tom debochado.

    Com o notebook de Khoury na mesa da sala de Lyon, os dois faziam chamada de vídeo com Satomi, a diretora do filme My Goldeen Sunshine, e Chaz, o Coordenador.


 — Você nem mesmo fez teatro para entender algo sobre interpretar papéis, o único que sabe bem é o de trouxa! — Satomi o respondeu, e Chaz finge não ter escutado.

 — Podem focar, por favor? — Khoury estava impaciente, até que um novo ícone surgiu na chamada de vídeo. — Huh?

 — Quaaaaa! — Era Quagsire, que de alguma forma entrou pelo celular de Lyon. O líder de ginásio tentou segurar o riso, divertindo-se com Khoury estressado.

 — Certo, o homem que me disse sobre terem recusado minha invenção não fazia parte do comitê de ciências, mas eu o pedi para apresentar a ideia — explicou Chaz, e Khoury anotava.

 — Sobre a tinta, a própria empresa que a criou me enviou exemplares para o filme. — Satomi também contou sua parte da história, mas escuta o barulho de algo caindo, virando-se furiosa. — FAÇAM COMO O ROTEIRO PEDE!! Argh, eles me tiram do sério!

    Desligando a chamada, Satomi já havia feito sua parte, e também teve a boa vontade de se comunicar com Khoury e Lyon durante as gravações do filme.

 — Bem, acho que Vel não é alguém que eles conheçam mesmo... — Lyon lamentou, e Quagsire também saiu da chamada, mas Chaz estala os dedos.

 — Vel! Eu conheço! O homem que me deu a informação chamava-se Vel — falou, e Khoury e Lyon trocam olhares, surpresos.

 — Pode descrevê-lo? — indagou Lyon, e o Coordenador sorriu antes de começar a falar que era muito detalhista.

 — Quaaa! — despediu-se de Chaz após ele terminar a descrição, saindo da chamada para treinar com seus Pokemon.

 — Bem, os G-Fuel não conseguiram informações ou registros sobre alguma pessoa chamada Vel por todo o arquipélago Argentia. — Lyon direciona sua fala para Khoury, que tentava imaginar a pessoa pela descrição. — Pois é, também não consigo imaginar só lendo!

 — Se precisamos de um retrato falado, eu sei a quem pedir! — Piscou para Lyon, e se levantou da cadeira, o deixando curioso. — Weavile, Quagsire! Se aprontem, nós iremos para a Painting Village!

 — Flowra!

 — Cryooo!

    Os dois Pokemon regressavam para a casa, e Lyon vai guardar as compras antes de partirem, agora tendo uma ideia da pessoa que Khoury tinha em mente.


    Para o sul de Arctic, o caminho era a Rota 2, que levaria Khoury e Lyon até a Painting Village. A estrada ainda era fria, mas para o meio dela não nevava com tanta intensidade. Os Sawsbuck e Deerling vistos entre os pinheiros pareciam mais familiarizados com humanos, cumprimentando Weavile e Beartic, na traseira da caminhonete de Lyon. Além disso, vários Treinadores usavam Pokemon de primeiro estágio em batalhas pela grama.

 — Hmmm! — Khoury inspirou o ar, abrindo os braços. — Cheirinho de casa!

 — Você mora aqui, então? — perguntou, voltando e girando as chaves da caminhonete, com Beartic ao seu lado.

 — Eu nasci nesse vilarejo, mas não volto na minha casa desde que saí em jornada com o meu pai. — Caminhando pelo vilarejo, ele notava diversos Smeargle, Pokemon pintores, usarem suas caudas para ilustrarem muros.



    A rua em que estavam tinha o asfalto totalmente pintado, assim como a calçada era decorada. Música de sanfonas era tocada pelo vilarejo, e podiam ver pintores com telas armadas para retratar o céu, a cidade ou o que fosse, a inspiração vinha ao ar livre. Afinal, a Painting Village é famosa entre os artistas do arquipélago, muitos a escolhem para morar.

 — Essa é a minha casa! — Apresentou, e Lyon viu a pintura, de uma criança de óculos abraçando dois adultos, numa cerca. Khoury a abre, caminhando com calma, e Weavile também recordava do lugar.

 — Eu acho que... Digo, sinto muito... — Lyon refere-se ao pai de Khoury, o vendo admirando as pinturas de sua família.

 — Só faz mesmo muito tempo que não venho aqui, não se preocupe. — Encostou no rosto de seu pai, na pintura, e o silêncio entregou Lyon, que esperava saber da história. — Foi trágico, um assassinato. Ele deu a vida para me proteger, e junto com isso, me motivou a continuar e chegar até onde estou.

 — Whea... — Weavile, que via a pintura de um Sneasel de fraldas, agora se esfregava na perna de seu treinador, este sorrindo. Ele se vira para Lyon e Beartic, que nada haviam falado.

 — Você com certeza já sabe, mas pedi para vir aqui por conta do Justin, o pintor de pedras e membro da elite de Argentia. — Confirmou a teoria de Lyon, que se recorda do homem. — Ele é o artista mais habilidoso que conheço e sei aonde encontrá-lo!


    Ao mesmo tempo, na vila havia um café frequentado principalmente por artistas, onde tinham espaço para se inspirarem e apresentarem suas obras e ideias. Parecendo cansado, um homem de casaco marrom aberto e sandálias sociais tomava seu café, jogando a franja tingida de vermelho para o lado.

 — Uma representação do significado amplo de Kodama, uma linda e saudável floresta com árvores antigas e espirituais! — Um pintor loiro apresentava sua tela, com uma paleta de cores na mão esquerda e uma varinha na direita. — Os tons florescentes representam o caminho do espírito de Kodama através do tempo, e...

 — Aaaah! Tedioso! — O de franja vermelha se levanta, caminhando na direção do pintor que apresentava. — Temas metafísicos são os mais comuns aqui, não estão cansados? 

 — Realmente, ele está certo! — Falou uma voz entre os artistas.

 — Dominamos a natureza, mas não podemos perder a objetividade em nossas expressões artísticas, sem viver apenas de temas ilusórios! — Segurava nas mãos do pintor da tela, que havia soltado sua paleta.

 — Sim, sim, verdade... — complementavam outras vozes.


 — Vamos explorar outras formas de arte! Oui... Arquitetura, esculturas, literatura!! — Ele colocava um pé acima de uma mesa, cerrando seus punhos. Seus olhos brilhavam e os outros artistas gritavam empolgados.

    Entrando no café, Khoury, Lyon, Weavile e Beartic se deparavam com a gritaria dos artistas, que erguiam canecas de chopp e pincéis.

 — Beeear! — Vendo uma caneca numa mesa, ele coloca sua língua dentro dela para beber, e Weavile tenta impedir, mas acaba aceitando tomar também.


 — Eu posso aguentar o frio, mas artistas berrando não está na minha lista... — Lyon tapou os ouvidos com as mãos.

 — Huh? — Khoury nota um conhecido sentado num banco alto, também com uma caneca.

 — Eles são engraçados. — Era Hector, que falava sozinho, balançando a caneca.

 — Veja só se não é o sumido! — Khoury aproximou-se do garoto, que o olhou de canto.


 — Olheiras, é? Não dormiu ainda? — provocou. — Me julgue, gosto do clima desse vilarejo, é interessante o efeito que esses artistas provocam em mim. Me fazem... rir.

 — B-Bem... Nós estamos procurando por Justin! — Puxou Lyon para perto, que ainda estava incomodado com o barulho.

 — Ah, claro, o pintor de elite. — Virou a caneca em sua boca, terminando de beber. — É o mais pirado daqui.

    De pé numa parte mais elevada do chão, Justin, que antes havia motivado os artistas, fazia uma escultura com pedras, parecendo se tratar de um homem pensativo. A forma era perfeita, retratando detalhes mínimos do corpo, mesmo sem a cabeça estar pronta.

 — Justin é um pintor, mas também um ótimo escultor! Pode-se dizer que todos os seus trabalhos são excelentes e valem muito dinheiro quando concluídos — explicava Khoury, e Lyon forçava sua visão para ver sua escultura. — Eu cresci nesse lugar, sei que ele é a pessoa certa para nos ajudar!

 — Querem uma pedra colorida? Posso arranjar para vocês — perguntou Hector, com as mãos para dentro de seu moletom preto.

 — Queremos um retrato falado para uma investigação, que Khoury com certeza não vai revelar para qualquer pessoa, — Lyon fitou seu parceiro, que preparava seu celular para mostrar fotos e detalhar todo o caso. — Só precisamos ter uma chance de falar com ele.

 — Enquanto ele trabalha? O melhor vai ser esperarmos que...

 — Não consigo!! — gritou Justin, derrubando a escultura no chão, o que faz Weavile chorar pela arte destruída. 


 — É, ele surtou. — Khoury bateu em sua própria testa.

 — Justin, o que houve? — Uma mulher aproximou-se, segurando nas mãos do artista. Seus cabelos cacheados tinham alguns cachos tingidos, provavelmente por se atrapalhar em alguma pintura.

 — Bloqueio criativo, Maria! Estou amargurado, não consigo fazer nada! — dramatizava, e a mulher retirou um batom azul de sua bolsa, maquiando-se enquanto ele encenava seu desespero para que o tempo passasse logo.

 — É nossa chance de conseguir falar com ele! — Khoury puxou Lyon, correndo para perto de Justin e deixando Hector na mesa.

 — Quer vir também, Hector? — O garoto simulava uma fala de Khoury. — Me vê mais uma dose.

 — Pra já! — o bartender agitava um coquetel no ritmo da música ambiente, e Beartic sentava-se ao lado de Hector, também esperando receber mais bebida.

 — De costas, olhando apenas para as sombras, busco a razão que predominará em meu estilo, criarei uma nova luz! Ao menos é o que deveria ser... — lamentava-se, e Maria agora pintava suas sobrancelhas. — Está acompanhando?

 — Claro, continue...

 — Heeey! Justin! — Khoury estala os dedos, apontando para o pintor enquanto se aproximava. O homem, saindo de sua corrente filosófica, fica surpreso ao vê-lo.


 — Oui! Jovem Khoury, que prazer tê-lo de novo nesse vilarejo tal como Guernica! — Cumprimentou o menino, curvando-se para ele.

 — Guernica? — questionou Lyon, e Weavile o olhou, sem saber do que se tratava.

 — Ótimo, está entretido. Posso ir agora, já cumpri meu cachê. — Maria fecha seu espelho portátil, colocando uma mão na cintura e se juntando a outros artistas.

 — Oui... Maria é uma artista plástica, está ganhando nome por aqui! Todos a conhecem como a moça do brinco de pérola, haha! — riu, enxugando uma lágrima. — Mas me diga, Khoury, o que trouxe de volta? Da última vez que o vi, estava... Oui, menor! Mas mais colorido, também... 

 — Ahm... Permita que eu explique essa parte, senhor Justin. — Lyon se pronunciou, sendo notado pelo pintor que o analisa dos pés até a cabeça. — Sou Lyon, comando o ginásio de Arctic e sou um G-Fuel. Estou investigando a origem dos Pokemon dourados que vêm aparecendo e causando mortes, por isso precisamos que faça um retrato falado de um suspeito.

 — G-Fuel... Sinto muito, mas não estou em condições de fazer nada. Com certeza viram meu surto, o bloqueio artístico está acabando comigo!


 — Podemos ajudá-lo! Vamos dar uma volta na vila, isso sempre te inspirou! Colocar a mão na massa, não é? — incentivou Khoury, lembrando-se dos tempos que o via sempre pintando algo ao ar livre.

 — Não consigo, estou sem vontade alguma para pintar ou esculpir. Se me permitem, vou ter minha última ceia — dramatizando, ele sai de cena, com holofotes apagando-se a medida que andava.

 — Bear... — O urso perguntava-se quem controlava aquilo, mas via tudo distorcido, já tendo bebido muito.

 — Eu não entendo... Por que ele não quer se inspirar dando uma volta? Não faz sentido, ele sempre foi assim!

 — Pessoas mudam, o que funcionava antes pode ser inútil agora...

 — Mas Lyon, precisamos da ajuda dele!

 — Se eu ouvi bem, e eu ouvi... — Maria surgiu no meio dos dois, colocando os cotovelos em seus ombros. — Vocês estão confusos com o Justin! Rapazes, ele é uma mente muito... estranha, por assim dizer. De um tempo pra cá, está sempre mudando sua forma de enxergar a arte, e consequentemente influencia todos os artistas daqui. Acredito que suas derrotas para a Campeã Diana não façam tão bem pro cérebro colorido dele...

 — Então tudo o que precisamos fazer é mudar para o estilo que ele tinha antes! — Khoury exclamou o que pensou, mas todos não pareciam ter gostado da ideia. — Não?


 — Ele é um artista, Khoury! Deve se expressar da forma que quiser! — Lyon o repreendeu. — Não sou tão conhecido em arte, mas tenho noções básicas. Pelas falas dele, parece que está valorizando representações concretas da realidade, e não mitologia e fantasia.

 — Sim, com certeza. — Maria moveu sua cabeça, e o brilho do seu único brinco de pérola foi direto nos olhos de Lyon. — Justin costumava experimentar sensações novas para suas obras, mas isso se perdeu depois das derrotas. Acreditem, já o vi quebrando pedras e peneirando trigo antes de pintar, mas agora ele não sai desse café!

 — Eu não compreendo totalmente, mas acho que sei como reviver o amor dele. — Khoury sorriu, e os outros pensavam na ideia que ele havia tido, enquanto o pintor deixava o café.

    No vilarejo, Justin caminhava pela praça, admirando a escultura de um herói da história de Argentia, que ele mesmo esculpiu e pintou, no cimo de uma fonte. Em sua cabeça, questionava a arte, misturando com as batalhas e acabando por formar sensações de incapacidade.

 — Justin, imaginei que o acharia aqui — A voz de Khoury espantou o pintor, que levou as mãos até as bochechas, como se gritasse. — Heh! Essa eu entendi!

 — Oui... Uma ponte sobre uma lagoa de lírios de água deveria me fazer refletir tanto — disse, debruçando-se na pequena ponte da praça. — Acho que não sirvo mais para isso.

 — Está errado, Justin... Mesmo que tenham situações complicadas, arte é o seu lance! Não pode misturar isso. — Tentou aconselhar, e o pintor riu.

 — Oui, Khoury, oui... A questão é outra aqui. Não consigo puxar mais nada desse lugar, sinto que já me inspirei em tudo que podia.


 — Então faça uma batalha comigo! Sei que posso ajudar! — desafiou, e Justin levantou uma sobrancelha. — Vamos lá, eu estou pronto para uma double battle!

 — Se insiste... — Ele sacou duas Pokeballs de seu casaco, estas pintadas também. — Stonjourner e Gigalith, quero que me ajudem!

 — E eu vou com Weavile e Passimian! — Rodopiando suas mãos, ele consegue impulso para liberar Weavile e um Pokemon primata de duas Pokeballs.


 — Uh uh uh! — Passimian brincava com um coco, o passando de um ombro para o outro.


 — Minhas pedras não se intimidam com um lutador — provocou, e seus Pokemon rugiram. Ambos tinham o corpo feito de rochas, mas Gigalith era mais escuro, enquanto Stonjourner era composto de blocos retangulares. Tinham manchas de tinta em todos os lados.

 — Certo, então veja isso! Weavile, vamos ativar a Blizzard Form! — Ele estalou seus dedos acima de sua cabeça, descendo as mãos lentamente na frente de seu corpo, na mesma posição. Fazendo força com um dos pés contra o chão, um cristal de gelo é formado.


 — Wheaaa! — Flexionando os braços, Weavile pega uma flor do chão, a congelando e prolongando seu tamanho, cobrindo todo o seu corpo para que surgisse no meio dela, tendo o corpo cristalizado e invocando uma nevasca.

 — Heh?! O que é isso? — Justin arregalou os olhos, impressionado.

 — Descubra, ora! Passimian, Fling! — Khoury iniciou, sentindo-se mais pálido pelo clima frio.

    Beijando seu coco, Passimian o rebate com o rabo para que atingisse Stonjourner, que perde o equilíbrio e tomba, precisando reagrupar suas rochas.

 — Rock Polish — comandou, e as rochas do corpo de seu Pokemon tremeram antes que Passimian pudesse resgatar seu coco, todas rapidamente dançando para colidirem com o corpo dele. — E Gigalith, Rock Blast!


 — Galith! — O Pokemon disparou pedras redondas contra Passimian, que conseguiu agarrá-las, como um verdadeiro jogador.

 — Não esqueça do Weavile! — Apontou para seu Pokemon, que deslizava pelo chão, o cristalizando no processo. Antes de colidir com os Pokemon de Justin, dá uma pirueta no ar, prolongando suas garras com gelo para então causar danos em Gigalith. Passimian logo aproveitou para recuperar seu coco.

 — Oui...! Uma forma desconhecida, usando o gelo com tamanha pureza! Sinto algo nascer dentro de mim... — Ele dramatizava, e Khoury empolgava-se com estar dando certo. — Oui, minhas pedras preciosas, formem Rock Tomb!

    Os dois Pokemon de Justin invocam rochas sedimentares para caírem sobre Passimian e Weavile, que tentam destruí-las, mas por serem muitas, acabam falhando.


 — Passimian, Reversal, e Weavile, Ice Shard! — revidou, e Passimian conseguiu fincar seu coco no chão, subindo nele e o rolando para pegar mais velocidade no gelo, enquanto Weavile guiava cacos contra as pedras.

 — Oui!! Eu sinto novamente o que é combater com sentido! Conhecer algo novo, com tanta história a se descobrir... Sempre é fascinante! Stone Edge duplo!!!


    Pilares de pedra se erguem na praça, e Passimian não teve escolha a não ser saltar de cima do coco em desespero, e todos os cacos de Weavile perderam a potência. Surpreendendo o menino, os dois Pokemon de Justin destruíam os pilares usando de seus corpos, e então impulsionam-se contra seus oponentes, conseguindo nocauteá-los.

 — Urgh... — Ele sentiu seu braço doer, assim que Weavile foi ao chão, voltando para sua forma normal. — Perdemos...

 — Fui duro demais, perdão! — Justin caminhou até Khoury, sorrindo. — Danke! Eu me sinto inspirado novamente depois de testemunhar seu Weavile! Ele me lembrou da motivação que não pode me fugir nunca.

 — E qual é ela? — perguntou, mesmo que entristecido pela derrota, que o fazia lembrar da Liga Pokemon e de como iria perder.

 "Eu pinto pedras."

    Já tarde no vilarejo, a noite era estrelada e as correntes de ar pareciam mover a luz das estrelas pelo céu. Khoury e Lyon estavam sentados com as costas na fonte, sentindo respingos em suas nucas, mas eram Beartic e Weavile, que se banhavam sem eles verem. Maria, trazendo um lanche para Justin, o via desenhar numa pedra o retrato falado que havia sido pedido, seguindo as descrições que tinha.

"Oui. Pode achar estranho, mas eu acho as pedras muito interessantes. Elas têm diferentes formatos, tamanhos e cores. Descobrir todas é como esperar que todos gostem de uma obra, ou mesmo estar sempre inspirado; impossível."

    Terminando sua pintura, Justin levanta os braços, assustando Maria, que derruba todo o lanche na grama, irritando-se com ele. 

"Ter a sensação de que posso descobrir ainda mais e me renovar... É o que motiva!"

 — Vamos ver... — Lyon caminhou para perto de Justin, com Khoury ao seu lado, mas...

 — Hey. — Era Hector, que havia surgido em sua frente, e ele não fazia ideia de como isso era possível. — Também quero ver quem é o cara.

 — Como sabia que estávamos aqui, Hector? — perguntou Khoury, e o menino riu.

 — Assisti sua batalha mais cedo, te segui desde que saiu do café. Você é péssimo em prestar atenção no seu redor mesmo.

 — Deixem isso para depois, não era o retrato que queriam? — interviu Maria, afastando Khoury e Hector.

    Na pedra, o rosto do homem estava perfeitamente detalhado. Seus olhos eram vermelhos, assim como seus cabelos, que iam até os ombros. Parecia um rosto cansado e com olheiras, mas seu olhar certamente intimidava.


 — Está aqui... — disse Lyon, após fotografar. — Seria esse o Vel? — perguntou para Khoury, que coçava o queixo.

    Afastando-se deles despercebido, Hector camuflava-se nas sombras. Também havia memorizado o rosto, mas estava pensativo demais e precisava falar sobre.


 — Aquele menino consegue usar um poder tão arcaico... E está numa investigação — falava, pausando, como se alguém o ouvisse, mas não estava acompanhado. — Tem razão, ele é um bom exemplo.

    Continuando a caminhar com as mãos nos bolsos do casaco, Hector aproveitava da iluminação do céu. Não haviam sombras o acompanhando.

Continua

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2 comentários:

  1. O que será que Hector esconde? Ele parece saber da Blizzard form do Weavile e essa assombração com quem ele ta falando, Lorena, você ta aqui?
    Achei o capítulo muito bom, painting village parece um lugar que eu gostaria de morar, entendi as referências às obras de arte, acho que todas mas se escapou alguma well oops, ainda aprendi algumas palavras novas em brasileiro, então acho que fiz bem em ler o capítulo.
    Justin me lembra minha professora de teatro, toda dramática o tempo todo mas quando se inspirava saia magia daquela mulher... adorei o conhecer nesta versão.
    E agora temos um retrato de Vel... curiosa para saber quem ele é..
    A cena no inicio com a musica dos Chocobo me fez rir tanto, não esperava que vc usasse isso xD Mas ye, amei a relação de Gryognal com Sunflora e o pormenor das folhas queimadas dela por ser da ilha do fogo foram um bom detalhe. Khoury nem sonha que ela conheceu o Vel mais cedo, se os Pokémon pudessem falar... mas foi bom saber algo do passado da Sunflora, assim como o passado do Khoury e o que aconteceu com o pai dele.
    Achei divertidos os detalhes deles pintados e o Sneasel com fralda, ai adoro essa vila mesmo <3
    Amei Beartic bebendo e depois indo pra fonte, tava bebado com certeza e levou Weavile com ele...
    Gostei bastante do cap, continuaa

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  2. Gostei bastante do capitulo primeiro tivemos Sunflora que inclusive descobrimos um pouco mais dela e do motivo de ter as pontas das petulas mais queimadas e o Cryogonal, adorei ver os dois passeando e fazendo compras. Depois tivemos Khoury voltando para sua terra natal juntamente com o Lyon. Lá descobrimos um pouco mais tanto do Khoury e do Weavile. Hector aparece quem fantasma e conversar com alguma assombração, como a Katie disse. Lorena, está aqui? Ou será a Mesprit ou as duas, teorias XD Justin me lembro dele da antiga versão de Breake, senti uma nostalgia dele não tendo vontade de pintar nada e depois de vencer a batalha e ele se inspira novamente e quem será esse Vel eis o mistério, resumindo gostei muito do capitulo e to ansioso para o que vai acontecer daqui para frente, continuaaaa <3

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