sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

Capítulo 7

    Após sair de Arctic City, Lyon tinha um objetivo em mente, mesmo que não estivesse se sentindo tão bem. Havia marcado um encontro com outro membro dos G-Fuel, o qual esteve mandando mensagens ao longo dos últimos dias. Nesse momento, segurava em seu Cryogonal, um Pokemon feito totalmente de gelo, que o levava pelo céu branco até a cidade de Snowfocus.

 "O laboratório foi o alvo da explosão, e até agora o corpo de Kodai, que morava lá, não foi encontrado."

    Lyon irritava-se por não conseguir conter seus pensamentos sobre não ter dado conta de proteger o laboratório e o Professor Kodai, ou mesmo o Pokemon dele, Yanmega. Um líder de ginásio membro dos G-Fuel deveria ser a garantia da segurança de todos os habitantes de sua cidade, mas como poderiam contar com ele agora?


    Os pensamentos distraiam Lyon de sua rota, que agora sentia a neve caindo em seu rosto, notando a nevasca do caminho para Snowfocus. Cryogonal tinha um pouco mais de dificuldade para voar com ele, mas continuava do jeito que podia.

 — Cuidado! — gritou Lyon, e Cryogonal desviou de um Noctowl de olhos cinzentos que vinha em sua direção.

    Por conta do susto, Lyon se agarrou com mais força em Cryogonal, mas suas mãos escorregam pelo corpo do Pokemon e ele fica em queda livre.

 — Droga! — Ele enfiou as mãos nos bolsos e retirou um bastão, prolongando-o ao apertá-lo.

    Lyon vira-se no ar, usando seu bastão para firmar-se no chão coberto de neve, não sofrendo um acidente. Arfando, ele fica de joelhos, tentando localizar Cryogonal no céu, mas a tempestade de neve dificultava. 

 — Malditos sejam os Noctowl... — Lyon viu um Noctowl sobrevoar sua cabeça e sumir entre pinheiros.

    Tendo outra ideia, ele tenta regressar Cryogonal para a Pokeball, mas a capsula não conseguia localizá-lo também.

 — Heeey! Cryogonal! — gritou, ouvindo a voz do Pokemon parecendo longe. — Eu vou passar pela Snorunt Cavern, nos encontraremos na cidade, do outro lado! — Continuou, e Cryogonal pareceu concordar.

    Liberando Beartic, Lyon pede a companhia dele para atravessar a caverna congelada, que não era tão longa, mas tinha caminhos confusos por serem muito parecidos.


 — Teremos que ser rápidos, não podemos nos atrasar, Beartic — falou, e o urso concordou, o pegando com a boca e colocando-o em suas costas. — Ótimo, tome cuidado para não escorregar!

 — Bear! — protestou, e Lyon riu.

 — Eu sei que você é acostumado a andar no gelo, não se preocupe, estava brincando — explicou-se, e Beartic o jogou no chão. — Beartic! Também não precisa ser assim!

 — Beaaar! Raaawtic! — Como se imitasse a voz de Lyon, Beartic balança seu rabo para ele e continua andando.

 — Humph, não brinco mais com você... — Levantou-se usando do bastão, notando Beartic continuar em silêncio, — Heeey, Beartic! Você sabia que fósseis costumam ser encontrados com frequência, congelados nessa caverna? Não é difícil de achá-los, mas se forem retirados de qualquer jeito, podem provocar um grande acidente!

 — Beartic. — O Pokemon afia suas garras no chão cristalizado, parando de andar.

 — Certo, não vamos mais falar sobre esse lugar. — Ele continuou a andar, notando alguns Snorunt o observarem, como se julgassem. — Nossa sorte é que temos isso!

    Beartic virou o rosto para ver do que Lyon falava, mas arregala os olhos ao ver uma antena saindo de seu celular, liberando ondas por toda a caverna.

 — Nunca tive a chance de usar com você do lado, mas é uma função dos comunicadores dos G-Fuel, eles podem mapear o ambiente em questão de segundos, veja só! — Mostrou o aparelho para Beartic, que levava as patas até as orelhas, parecendo incomodado com a onda de reconhecimento.


 — Beaaaar! — Ele salta para cima de Lyon, o derrubando no gelo, mas salvando-o de ser atingido por outro Noctowl. 

 — Cismaram comigo, foi?! — Ameaçou a coruja com o punho, vendo-a pousar numa pedra cristalizada.


    Os Snorunt da caverna se encolhem, tremendo de medo do Noctowl, que abre suas asas brancas, mostrando cristais na ponta de suas penas. Uma tempestade de neve começa a se formar dentro da caverna, e Lyon pragueja, irritado com aquele Pokemon.

 — Os Noctowl tem o poder de convocar tempestades por onde vivem... Eles só enxergam se estiver nevando! — constatou, e Beartic ruge, como se dissesse que a informação não ajudava. — Certo, Beartic, ataque com Slash!


 — Krooo! — A fala de Noctowl chama a atenção de Beartic, que não obedece Lyon, aproximando-se com as mãos para o alto. A coruja entorta seu pescoço, confusa.

 — Bear! Beaaaartic!

 — Krooo?

    Beartic tentava explicar alguma coisa para Noctowl, o que Lyon não compreendia ainda. A coruja mantém sua tempestade, mas o chama com sua asa, e o líder de ginásio decide acompanhá-la também.

 — Beartic, o que você disse ao Noctowl? — perguntou, e o urso não respondia, apenas continuava a caminhar.

    Lyon e os dois Pokemon andam por um dos caminhos da caverna, notando vários Snorunt enfileirados, assim como um grupo de Vulpix. Numa das paredes de gelo, um Hoothoot estava se tornando parte do gelo, e havia outro Noctowl tentando libertá-lo com bicadas.

 — Coitadinho! — Lyon levou as mãos até a boca, e olhou para Beartic, vendo o urso de cabeça baixa. — Beartic, você...


    Interrompendo sua fala, Beartic ergue-se, prolongando suas garras e correndo na direção da parede, passando a arranhá-la, mas não era forte o suficiente. Lyon, vendo a cena, lembra-se de anos no passado, naquela mesma caverna.


 — Você está preso! Como isso foi acontecer? — O jovem Lyon nota um Cubchoo preso no gelo, tendo apenas o rosto e uma pata para fora, não conseguindo soltar-se e gemendo pela dor que sentia. — Eu vou salvá-lo, não se preocupe!


    Correndo até a parede, Lyon tenta quebrar o gelo, mas não parecia ceder aos seus socos. Ele volta a tentar, usando coisas de sua mochila, e mesmo assim não tinha jeito, o gelo expandia-se e apenas os olhos e o nariz do Pokemon estavam expostos.

 — Eu sinto muito... Eu não consegui te ajudar! — Ele começava a chorar, e o ursinho fecha os olhos, aceitando seus últimos momentos. — Cubchoo... Você precisa sair! Cubchoo!!

    Naquele dia, de alguma forma que ele não se lembrava, Lyon conseguiu sair da caverna com o ursinho nos braços, levando-o correndo para a cidade de Snowfocus, onde ele foi tratado. Desde então, está junto do Pokemon, que tornou-se no Beartic.

 — Beaaar! — Lacrimejando, Beartic continua golpeando o gelo, usando cada vez mais força. O casal de Noctowl tinha as cabeças baixas, entristecidos, mas ele não queria perder as esperanças.

 — Vou ajudá-lo, consegui uma vez no passado e vai dar certo de novo! — Lyon correu para o lado de Beartic, que assente com a cabeça e continua a arranhar.

    Empunhando seu bastão, Lyon o usa para golpear o gelo, quebrando alguns pedacinhos, mas nem perto do suficiente. Beartic já não tinha mais fôlego para continuar, precisando parar e sentar.

 — Krooo... — Um dos Noctowl encosta sua asa na de Hoothoot, que já tinha o rosto congelado.

 — Nós vamos salvá-lo... Não pode acabar assim para o Hoothoot! — gritou, batendo com o bastão novamente, agora com mais força, resultando nele se partir ao meio. — Não... Eu preciso ser forte para proteger as pessoas, forte de verdade!

    Lembrando-se do laboratório, Lyon pega os dois pedaços de seu bastão, continuando a tentar quebrar o gelo. A caverna estava em constante processo de renovação, por isso acidentes aconteciam com Pokemon descuidados.


 — Continue tentando, Beartic! — incentivava seu Pokemon, enquanto os Snorunt e Vulpix cantavam juntos alguma melodia de despedida.

 — Bear... — Os olhos de Beartic lacrimejavam, e ele os fecha, contendo as lágrimas, já que atribuía o significado de desistência à elas. 

"Cubchoo... Venha até mim."

    Uma vaga lembrança retorna à mente de Beartic, que ergue-se novamente, estufando o peito e aumentando sua aura. Ele soca o gelo, concentrando todo o seu poder no punho, fazendo a estrutura rachar e o pequeno Hoothoot soltar-se, voando para perto dos Noctowl, sendo recebido por um abraço.


 — Beartic! Você acabou de usar Rock Smash? — perguntou, e o urso não entende direito. — Foi ótimo, fez um bom trabalho! Estou aliviado por termos ajudado a esses Noctowl.

 — Krooo! — Para agradecerem, os Noctowl balançam suas asas, cristalizando o bastão de Lyon, deixando-o inteiro novamente.

 — Danke, Noctowl. — Curvou-se para os dois, e o Hoothoot também agradeceu piando. — Sinto muito por não ter entendido antes, provavelmente acharam que eu ia atacá-los.

 — Kroo! Noctowl! — A coruja aponta para o bolso de Lyon, que ergue seu comunicador.

 — As ondas de localização... Irritam vocês? — perguntou, e os pássaros concordam, assim como Beartic. — Estou envergonhado! Perdão!!

    Ignorando, os Noctowl ajudam o Hoothoot a voar, e os três formam uma nova nevasca que Lyon entende estar o guiando para fora da caverna.

 — Beartic, também devo desculpas a você... Sei como esse lugar não o traz boas lembranças, não deveria ter brincado com o que é sério — falou para o Pokemon, o fazendo pensar um pouco e sorrir, até que os dois veem a luz da cidade de Snowfocus. — Eles nos ajudaram mesmo! Acho que aprendi algo com isso tudo... A rota e a cidade estão sempre nevando porque os Noctowl moram aqui, então controlam o tempo para poderem enxergar.

 — Beaar! — concordou, também pensando sobre.

 — Faz mesmo sentido, não acha? Algumas perguntas merecem respostas... Há muito o que se descobrir sobre os Pokemon e as lendas desse mundo. — Encantado, ele abre os braços na neve, sentindo-a com felicidade, até que algo cobre sua visão.


 — Cryogonal! — O Pokemon emitiu seu ruído, e Lyon logo o abraçou, rindo.

 — Aí está você, Cryogonal! Depois vou te contar direitinho tudo o que houve, mas por agora, retorne — falou para seu Pokemon, e o regressou para a Pokeball, porém Beartic encostou em seu relógio. — Eh?! Estamos em cima da hora, vamos para o Hotel Freijord!

 — Bear... — Olhou para o chão, procurando por algum relógio, tendo interpretado mal a expressão.

    Correndo pela cidade, Lyon segura seu gorro e Beartic o acompanha de quatro patas no chão, entrando num hotel luxuoso com cinco estrelas brilhantes ao lado do letreiro que dizia o seu nome.

 — Ele está comigo. — Uma voz grossa foi ouvida, e Lyon viu outro homem de cabelos vermelhos escapando por baixo de um boné, também usando óculos escuros e uma capa preta com resquícios de neve. Conversava com uma recepcionista, mas pareceu esquecê-la assim que o viu. — Vamos, Lyon, para cima.

 — Certo... Lance — falou, e acompanhou seu superior no elevador, tendo Beartic junto de si, movendo a cabeça no ritmo da musiquinha que tocava.


 — Até que enfim posso tirar meu disfarce! — comemorou assim que destrancou seu quarto no hotel, retirando o boné e deixando seu cabelo espetado saltar para cima. — É bem convincente, não acha?
.
 — Claro, se não o conhecesse bem, acharia que era algum rico aleatório de Snowfocus — riu, mentindo, porque na verdade Lance não enganava ninguém.

 — Por isso gosto de você, é sempre sincero comigo! — apertou o ombro de Lyon, que sorri, torcendo para ele não se virar de costas e ver Beartic enfiando a cabeça na lata de lixo. — Bem, seus relatórios têm sido os únicos que recebo, por isso o chamei para cá. A morte dos dois cientistas está mesmo sendo um caso difícil, talvez o mais difícil em todos os anos desde que os G-Fuel surgiram!

 — Eu lamento não ter conseguido solucionar, mas... — Lyon é interrompido por uma encarada de Lance, percebendo ter cortado sua fala.


 — Você, Lyon Vastia, está perdendo tempo com aquele menino. Ele é apenas um adolescente, não têm chances de trabalhar num caso desses, só vai atrasá-lo. Fui claro?

 — Foi sim, senhor. — Lyon o olha nos olhos, mas ergue sua mochila. — Porém, encontramos isso quando investigamos Satomi... — Ele mostra um frasco com um líquido dourado, e Lance o pega para analisar. — Essa tinta é usada para dar o aspecto dourado para a Goldeen atriz do filme em produção, mas não é prejudicial ao Pokemon. 

 — Então supõe que os Pokemon dourados que causaram duas mortes estão sendo pintados como quadros? — perguntou, levantando uma sobrancelha para Lyon, que fica nervoso. — Interessante, isso pode mesmo ser uma peça do quebra-cabeça.


 — Pelo que pesquisei nesse meio tempo, a tinta é vendida numa loja aqui em Snowfocus, e podemos hackear o sistema de lá para descobrimos o histórico de compras.

 — Ótimo, Lyon, bom trabalho. — Virou-se, e Beartic passa correndo por ele, com a lixeira cobrindo seu rosto. Lyon a retira, e o homem finge não ter visto. — Vamos lá... — Digitava em seu celular. — Está pronto, nosso hacker já fez seu trabalho.

 — E então... — Analisando os dados, ele vê que o estoque da loja estava vazio. — Satomi pelo visto comprou tudo da loja!


 — Não, na verdade, têm compras no nome dela, mas foram apenas dois potes da tinta. — Lance apontou na tela. — Alguém comprou todo o restante, e seu nome está como Vel.

 — Acha que é alguém da produção do filme? — perguntou, e Lance negou com a cabeça, apontando a quantidade de potes da tinta que foram comprados. — Então é um suspeito, vale investigar.

 — Lyon, entrarei em contato com a central e te mandarei os dados que descobrirmos sobre esse Vel. Você está encarregado da missão de investigá-lo, mas fará isso sozinho. Sem Khoury, apenas você. — Apontou no peito de Lyon, batendo com o dedo toda vez que dizia "você". — Correto?

 — Não se preocupe, estarei sozinho — afirmou, e Lance sorriu.

 — Vamos comer algo então, estou morrendo de fome! — Mudando totalmente o clima, Lance é apoiado por Beartic e ambos saem do quarto, deixando Lyon a encarar a parede.

    E assim a noite se prolongou em Snowfocus. De manhã, em Glacial City, Khoury acordava no banco da rua, assustando-se por ter dormido ali.


 — Aaah! — Embaraçado ao ver uma bisnaga de pão em seu rosto, ele levanta-se, também acordando Weavile. O menino que segurava aquilo era ninguém menos que Hector, o mesmo que o ajudou na Rota 3. — O q-que você faz aqui?!

 — Estava caminhando de noite e encontrei você dormindo de novo. Não consegue regular esse sono ou virou um mendigo? — perguntou, e Khoury se envergonha mais por novamente ter sido pego por Hector numa situação que acabou desmaiando de sono.

 — Ei, eu também tenho perguntas! — Khoury apontou para Hector, que o afasta com a bisnaga. — Para aonde você foi no outro dia? Fomos juntos para Arctic, mas sumiu em segundos que virei!


 — Não disse que ia entrar na cidade, apenas me comprometi em acompanhá-lo — respondeu, caminhando para a frente de Khoury e colocando o pão em sua blusa. — Peguei isso, você é inconsequente e não deve ter nem comida, então achei que fosse gostar.

 — Ora... Mas isso me lembra que esqueci de avisar o Lyon sobre o Chaz! — Ele retirou seu celular do bolso, mordendo o pão. — Ótimo, ele disse que está vindo! 

    Virando-se para Hector, Khoury apenas vê Weavile escovando os dentes num espelho portátil, não tendo nem sinal do menino.

 — Ótimo, eu tenho uma alucinação que me julga por madrugar e ainda me alimenta — falou sozinho, voltando a morder o pão. — Bem, podia ser pior... — E então notou que a escova que Weavile usava era a sua.

    Voltando a se sentar, Khoury espera por Lyon. Não muito tempo se passa e ele chega na cidade, voando pendurado em Cryogonal.

 — Eu não te deixei encarregado da minha casa? — Saltou para o chão, regressando seu Pokemon

 — Tenho um bom motivo, juro! — Levantou um dedo, e Lyon suspirou.


 — Que seja bom mesmo, eu estava descansando no hotel Freijord, lá em Snowfocus. Me encontrei com um superior e consegui novos dados de suspeitos. — Atualizou Khoury, que também estava empolgado para mostrar seus avanços.

 — Isso é ótimo, melhor do que o que eu iria te falar... Chaz não é o culpado, mas disse criar cartas de efeitos especiais para as apresentações dele. Talvez sejam os poderes dos Pokemon dourados, afinal. — Tentou ligar suas informações, mas não fazia muito sentido nem para ele mesmo.

 — Khoury, sou grato pelo esforço e ajuda, mas assumirei sozinho a partir de hoje. — Sorriu para Khoury, que se espantou. — Foi bom passar tempo com você, depois marcaremos de sair quando eu resolver isso.

 — Quê? Espera, Lyon! — chamou pelo homem, que já virava para ir embora. — Nós nos unimos nesse caso e você vai me colocar de lado? Eu entendo que seja trabalho dos G-Fuel, mas...

 — É isso, Khoury. É trabalho dos G-Fuel, meu. Te envolver é errado. — Tinha as mãos nos bolsos do casaco.

 — Mas somos amigos... — Sua fala causa uma sensação estranha em Lyon. — Nós... Eu pensei que era algo nosso, tentei fazer as coisas certas que aprendi com Weavile, ficando ao seu lado quando precisou, ouvindo seus conselhos e rindo das piadas, mas pelo visto você não se importa também, só quer resolver a situação... Não está errado, de toda forma é lógico, mas é duro admitir que amizade não é pra mim. Mais algo para a lista de erros do dia.

 — Whea! — Segurou no braço de Khoury, o balançando.

 — Amigos — pensava na palavra, e então decidiu responder. — É trabalho, Khoury. Eu sei separar.

 — Se não tenho dados que me digam o que fazer, eu fico perdido. — Sorriu para seu Pokemon. — Mas está tudo bem, podemos seguir por conta própria.

 — Eu vou me arrepender disso — disse Lyon para si mesmo, vendo o menino abraçar seu Pokemon. — Está certo, Khoury, desculpe. Você vem comigo. Afinal, trabalhamos bem juntos, não é?

 — Lyon... — pensando se o que disse chegou a tocar os sentimentos de Lyon, Khoury abre um sorriso, com os olhos brilhando. — Sim!

 — Vile, weavile! — O Pokemon abraça seu próprio corpo, insinuando o que Lyon e Khoury deveriam fazer.

 — Abraço...? — Khoury perguntou, tímido.

 — Nah, sem abraço — respondeu, e os dois concordaram. Weavile revirou os olhos e passou a segui-los pela cidade, levantando um pé de cada vez em sua caminhada sorridente.


    Enquanto isso, na recepção de um consultório, Lance lia uma revista com um Hypno na capa. Não havia ninguém no balcão da sala, ele estava mesmo sozinho ali. Cansado de esperar, passa a observar o ambiente, notando símbolos espirais em quadros e vasos de plantas, também reconhecendo o Olho de Kanaloa ilustrado num lustre do teto.

 — Vamos lá... — Lance tremia a perna, ansioso. Ele via o diploma do terapeuta emoldurado num quadro, com o mesmo símbolo de espiral, e o nome Yung Delayed escrito. Então ouve a porta abrir, e nenhum paciente sair de lá.


 — Entre, Lance. Sinto muito pela demora, mas vamos começar sua sessão semanal — falou um homem de jaleco branco, levantando seus óculos redondos. O cabelo azulado caía nas beiradas do rosto. — Como está se sentindo?

    Antes de responder, Lance cumprimenta o terapeuta com um firme aperto de mãos, acalmando-se com a presença dele e adentrando a sala. A porta se fecha, tendo o símbolo espiral girando nela.

Continua

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4 comentários:

  1. Esse Olho de Kanaloa continua aparecendo por todo o lado, seja no consultório, cidades, hoteis, cavernas... it's everywhere, like sand... I don't like sand.. mas gostei desse capítulo.
    Simplesmente adorei como você fez o caminho para Snowfocus, colocando mais tijolos no wordl building com a caverna Snorunt onde são encontrados fósseis, provavelmente Amaura e Aurorus costumavam viver nessa localidade...
    Realço de novo a personalidade do Beartic, ele é quase como um cachorrinho e amo ele de verdade, coisa mais fofa <3
    A historia como ligou a origem do Beartic com a situação atual do Hoothoot foi bem inseritda, gosto quando usam situações atuais para explicar origem de personagens ou relações, achei muito pertinente e deu para conhecer um pouco mais do passado do Lyon. Também gostei de como usou seu cajado e de toda a ambientação geral. Algo que achei curioso foi os Pokémon rejeitarem o localizador, certamente tem mais qualquer coisa ali que só os Pokémon conseguem sentir, como um mau presságio..
    Agora também conhecemos o superior, Lance, parece bem mais severo mas o achei responsável ao não querer envolver uma criança num assunto que já matou supostamente duas pessoas. E então surge a nova pista sobre Vel...
    No capitulo anterior terminamos com o roubo da pendrive e a luz dourada, então começamos com Khoury sendo acordado pelo Hector, que parece sempre aparecer quando Khoury acorda na rua ou mato... acho ele cada vez mais misterioso e tenho muita curiosidade em ligar tudo... pelos vistos a luz dourada não foi um ataque de mais Pokémon dourados, mas certamente está ligada com Hector, disso tenho certeza.
    And achei mesmo que o Lyon ia obedecer e se afastar do Khoury, o fazendo procurar por sua conta e risco, mas pelos vistos se resolveram e continuarão juntos mesmo contra as ordens de cima... isso vai dar problema com o Lance...
    Falando em Lance, ele em terapia, hm... o que sairá daqui? Alcoolico? Drogado? Ninfomaniaco? Pokéfilliaco?
    Em suma, gostei do capítulo, acrescentou mais ao world building, adicionou mais pistas aos mistérios e continua aguçando a curiosidade para ler o próximo e saber mais do que se passa no mundo. Já vamos no capítulo 7 e você continua construindo em cima de construção e eu não podia estar mais satisfeita de como essa história vem sendo contada.
    Pode vir o próximo, continua =P

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  2. Nesse capitulo tivemos bastante coisa, o capitulo teve um foco maior em Lyon e Beartic e gostei toda a ambientação da caverna e de como você usou a situação do Hoothoot pra lembrar do passado do Lyon e Beartic que passaram por algo parecido. Hector e Lance pra mim são dois caras suspeitos e misteriosos, apesar que achei o Lance responsável por não querer envolver um adolescente numa missão como essa que já houve mortes e tal, mas ao mesmo tempo achei suspeito é como se ele não quisesse o Khoury envolvido por alguma razão, motivo etc... Resumindo o capitulo está muito, mas muito bom gostei bastante mesmo e estou muito, mas muito ansioso pelos próximos capitulos :3 continuaaaa :3

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  3. E novamente, mey Lyon brilhando, agora com o seu Beartic. Assim como a maioria, gostei muito da ambientação da caverna e como soube conectar as histórias entre o passado do Lyon e o seu pokémon com o Hoothoot, foi bem legal e bem feito.

    Worldbuilding novamente, perfeito. Melhor que muita região oficial de Pokémon KKKKKKk (Sim,Kanto estou falando de você)

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  4. Hii
    gostei muito desse capítulo, acho que conseguimos pegar mais um pouco da vibe do Lyon e conhecemos um pouco do passado dele com o Beartic, gostei de como apresentou também características da rota com os Noctowl e seus filhos, Lyon voando num cryogonal me deixa no mínimo preocupado com a segurança que esse tipo de transporte deva ter, mas se ele não morreu até hoje talvez seja seguro em algum nível, eu espero.
    Beartic estava muito mais carismático aqui e eu acho que consigo perceber seu amor por esse personagem em cada passagem dele, ele é muito expressivo e amei como reagiu as brincadeiras de Lyon, o passado e a situação que os dois viveram juntos foi bem bonita de imaginar e trabalharem juntos também deve ter servido para acalmar um pouco mais o coração dele focado apenas em seus erros.
    A conversa com Lance foi rápida e de certa forma objetiva, descobriram novas pistas e a personalidade de Lance parece ser alguém meio desesperançoso? não sei se posso definir alguém por essa palavra, mas me pareceu alguém sem muita esperança nas coisas, talvez a vida o tenha deixado mais amargurado pelo modo como falou do Khoury, mas levando em conta o tom do trabalho dele deve fazer sentido.
    e agora temos novas pistas nesse mistério para os quais Lyon já esta tratando de seguir.
    será que sou muito inocente em pensar que o Hector encontrar o Khoury dormindo por ai é algo casual ou que pode virar meio "deles" ou da amizade deles kkkk, enfim o surto, mas amei a interação deles particularmente e achei uma parte muito engraçada do capítulo.
    E ACHO QUE EU PRECISO MT ELOGIAR, a discussão do Lyon e do Khoury, fiquei realmente impressionado com os argumentos e com a decisão do Lyon, o modo unilateral que escreveu ele simplesmente falando o que concluiu pro khoury me deixou bem impressionado e tenho que parabeniza-lo por conseguir expor tanto dos dois.
    O fim com o Lance me deu uma sensação muito estranha e ruim k, eu não acho que esse doutor seja bom ou não sei nem se o Lance é quem ele diz que é k, não sei, mas estou desconfiado de tudo e todos, mas amei o capitulo e estou muito curioso pela história

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